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03 agosto 2012

As Diferenças De Som Analógico E Digital



     É muito comum as pessoas  ficarem com um ar de perplexidade quando alguém fala que importou um vinil... Ou que tem determinado cantor em vinil, e não em CD... Ou que prefere escutar vinis ao invés de CD’s.  A pergunta que vem é quase sempre a  seguinte: mas  “isso” não deixou de  fabricar?   Pois  é!   Percebe-se  como  a  mídia  comercial  é importante e determinante  no que diz  respeito ao acesso à  informação  sobre  bens de consumo,  ao que devemos crer ou não,  e até sobre a noção de custo-benefício desses mesmos bens, pois na maioria das vezes, ela se mostra de forma enganosa.

     Os vinis e toca-discos no Brasil tiveram sua morte decretada com a chegada do CD na década de 80, e consumada na década de 90, com o surgimento do "real", que reduziu drasticamente o preço dos novatos CD’s. A mídia comercial nos enganou a todos e pregou a total obsolência do LP e do toca-discos diante da nova tecnologia. Não se falava mais em LP; quem desconhecesse as vantagens do CD diante do LP estava fora de moda. Fato consumado.

      Porém, nos países de primeiro mundo, isso não aconteceu. Com classes sociais bem informadas, acostumadas a equipamentos sofisticados de áudio, incluídos aí os toca-discos, com tecnologias e práticas de prensagem de alta qualidade, inexistentes no Brasil, como LP’S de 160, 180 e 200 gramas (quando o normal por aqui eram LP’s de sulcos rasos - 125 gramas), essa sociedade não se vergou à tecnologia novata do CD: apenas a incluiu, como mais uma opção.




    As prensas brasileiras foram vendidas para o Chile, Argentina e Espanha. A Febre do CD se espalhava, assim como o desejo de consumo de um toca-CD. Fora daqui, as coisas iam a passos mais prudentes. Decobriu-se que o CD precisava se aperfeiçoar, que o som ainda não estava bom, embora não se negasse a sua praticidade, principalmente no seu uso em carros. E continuou-se a usar os vinis e os toca-discos. E está assim até hoje: o CD foi mais um aliado, e não um invasor, que expulsou um possível inimigo comercial. E é impressionante como no Brasil se acredita até hoje que vinil é peça de museu, assunto de saudosista ou gente bizzarra... Diga-se o mesmo para toca-discos.

     Nos países do primeiro mundo, o CD dividiu o mercado com o LP e com a fita cassette, cada um ocupando o seu lugar, com as suas vantagens técnicas, práticas e culturais. As bandas lá fora lançam seus álbuns, na sua maioria, em CD e LP e algumas em fita Cassette. Toca-discos e tape decks nunca deixaram de ser fabricados; muito pelo contrário: evoluíram e continuam evoluindo. O consumidor estrangeiro conhece bem as diferenças entre o analógico e o digital, sabe que o primeiro é sinônimo de fidelidade e o segundo, de pureza de som. Há os que entendem que a qualidade sonora só existe onde há fidelidade; e outros, que qualidade sonora é sinônimo de pureza de som. Enganam-se! Ainda há uma terceira corrente que entende que a arte é intocável e que dessa forma o sinal sonoro não poderia ser transformado jamais em informações digitais porque isso macularia fatalmente a sua essência, devido ao fato do processo digital binário de 0 e 1 ser incapaz de reconstruir, no final do processo, um sinal idêntico, mas apenas aproximado, porque este sistema não consegue interpretar as minúcias da sonoridade).

     De qualquer forma, as fábricas de toca-discos estão a todo vapor e evoluíram muito. Fora daqui, se fabricam muito, mas muito toca-discos! O mercado é largo. E quanto aos vinis? Onde são vendidos? No Brasil certamente não, a não ser as edições limitadas prensadas pela PolysomBrasil, encomendadas por bandas de Funk, Hip Hop e outros gêneros. Mas no exterior, principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra, Lp's podem ser encomendados pela internet sem imposto de importação (pasmem!), desde que escolhida a opção “encomenda simples”, vendendo-se também outras mídias, como o CD e, pasmem novamente, fitas Cassettes! É que nesses países não vigora a mentalidade da substituição tecnológica, mas a do acréscimo de outras tecnologias, como as do disco laser compacto (CD) e a do iPod. Por isso, lá, quem defende a praticidade como o principal objetivo de um aparelho de áudio, fica com a música processada ou informatizada, denominada digital (CD). Quem prioriza o ouvido e quer qualidade, fica com o vinil e as demais mídias analógicas, como as fitas magnéticas e os tape de gravadores de rolo. Quem coloca cada coisa no seu devido lugar, desfruta daquilo que cada sistema pode proporcionar. Mas também existem as posições politizadas sobre o assunto, que defendem a intocabilidade da arte, que o processo digital macula.




     Os tape-decks também não deixaram de ser fabricados. A fita magnética é uma mídia analógica tão ou até mais perfeita que os registros do vinil. Decks caros e famosos pela qualidade como os "Nakamichi" e os "Taskan", estão aí para provar, assim como outros. E os gravadores de rolo? Estes são os “Top” do som analógico, uma vez que o master-tape (a mídia que origina a matriz de prensagem de vinis no processo de sua fabricação) é registrado num carretel de fita magnética denominado “Tape”, com uma maravilhosa faixa dinâmica, resultado de suas várias pistas de gravação (qualidade de som). Com a palavra os produtores de estúdio da época do LP, que não se deixaram corromper pelo baixo custo (e duvidosa qualidade) do som extraído através de processamento digital. Enfim, o toca-discos, a vitrola, a radiola, a radiovitrola, os tape- decks e os gravadores de rolo, na realidade, são equipamentos de alta qualidade, não generalizando, é claro, pois existem vários níveis de qualidade de aparelhos!

     A paixão pelos toca-discos de "vinil" criou faixas sociais antes inexistentes na época áurea do LP: Hoje temos além da profissão, a “carreira” de DJ (disc-jóquei), aceitos pela sociedade como artistas, que na realidade, não deixam de ser, pois criam. E um fenômeno social, o “turntablism” ou “tocadisquismo”, como é chamado esse hobby composto de aficcionados por toca-discos e a exploração máxima que o som analógico transduzido pode proporcionar. "Transdução" é a técnica de analogizar um som real, replicá-lo na íntegra, ou, de um ponto de vista mais da física, transformar a energia mecânica das ondas sonoras em registros inertes, que, por sua vez, poderão restaurar o som neles gravado quantas vezes se quiser. E o "barato" dos amantes do som analógico do vinil é justamente esse: ouvir o som que a banda tocou, sem as perdas naturais que a codificação informatizada causa no seu processo de digitalização, uma vez que a quantificação binária limitada a 0 e 1 não consegue reproduzir a cadeia de microvoltagens que compõe a complexa e imensa onda senoidal elétrica, ou senóide analógica ou onda de áudio, que é o sinal que sai dos microfones num estúdio de gravação, antes de ser registrada em uma mídia, seja ela analógica ou digital.




     Então, é impressionante registrar como o Brasil se encontra à deriva dessa grande realidade, pujante e vigorosamente econômica lá fora. O mercado só tem crescido. A venda de LP’s só cesce, já que as bandas, na sua maioria, produzem os álbuns nas mídias LP, CDL e algumas também em cassette. Nota-se, portanto, que nem o vinil, nem o toca-discos morreram, como pensa o brasileiro, na sua maioria! Nem o som analógico! O que parece ter morrido foram todos estes anos que o brasileiro ficou privado de usufruir da beleza de um som com qualidade, por causa de barreiras comerciais "burras" que nunca entenderam que a música e os instrumentos que as tocam, são cultura e arte! Com isso, a indústria fonográfica nacional, que só pensou no lucro com o baixo custo da produção de CD's, agora geme de dor pelo tiro que deu no próprio pé, em face da pirataria, que se lastra pelo país e ameaça o seu reinado. Um país que se contrapõe ao desenvolvimento da arte e da cultura e permite o tolhimento da oportunidade de seus filhos usfruírem de bens de consumo de qualidade em favor do capital selvagem, nunca será um país sério, moderno e livre!..


Um comentário:

  1. Excelente a explicação, gostei muito, me esclareceu bastante.Abraços a todos.

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