Certamente vocês conhecem o Almir Sater das novelas, não?.. Pois bem antes disso ele já era o famoso Almir da viola, lá de Campo Grande, Mato Grosso; um jovem instrumentista, compositor e intérprete, com grande ousadia para renovar e divulgar um estilo musical restrito, em certo aspecto, à sua região. Almir Sater começou cedo com o violão e mais tarde veio aprender a tocar a viola, onde definitivamente se encontrou. Hoje, através destes quatro vídeos, eu quero apresentar a vocês um Almir que poucos tiveram o previlégio de conhecer.
Seu estilo caracteriza-se pelo experimentalismo e sua música é descrita como folk. Almir tornou-se um dos responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas, sendo reinventada, quando acrescentou um toque mais sofisticado ao instrumento, com estilos blues e rock, embalados pela pegada do folk, uma mistura de música folclórica, erudita e popular, considerada atemporal.
Este mestre violeiro lançou seu primeiro disco em 1981, mas foi o terceiro álbum, "Instrumental", lançado em 1985, que me pegou pelos ouvidos. É um álbum onde, como diz o nome, a voz não tem vez, quem brilha mesmo é a viola de 10 cordas, acompanhada de violino, percussão, berimbau, bateria eletrônica e até cítara, onde Almir desempenha um repertório invejável com técnica e dedicação precisa, emocionando a qualquer bom ouvido que à sua música se submete.
Almir Sater consegue unir a legítima música caipira, com notórias influências paraguaia e andina, a música folk e country, com notáveis pitadas de música erudita. Outras faixas que impressionam pelo experimentalismo e inovação são "Luzeiro", "Doma", "Viola de Buriti" e "...E de Minas pra riba".
Em 1990 Almir lançou "Instrumental 2", que é praticamente a continuidade do trabalho iniciado em 1985, onde já se nota experimentos com flauta, como na música "Fronteira". De certa forma, o disco se apresenta um tanto mais erudito que o primeiro, fato marcado pela interpretação de "Mazurca-Choro" de Heitor Villa-Lobos. No geral, ele é mais suave e melódico que o primeiro, mas o galope marcado destacado pela viola ainda se mostra firme em "Rasta". A experimentação do violeiro atinge o auge em "Moura e Cristal" e a regra instrumental é quebrada em "Beira-mar", que fecha o álbum.
Tenho uma preferência marcante pelo álbum "Instrumental", por ser mais natural e espontâneo, porém reconheço o impressionante trabalho instrumental desenvolvido no segundo. Fica ao gosto de cada um, o importante é conhecer o diferencial desse violeiro, que fica muito além das trilhas de novelas e seriados.
Tracklist
1. Corumbá
2. Minas Gerais
3. Vinheta do capeta
4. Luzeiro
5. Benzinho
6. Rio de lágrimas
7. Na piratininga – de jeep
8. Doma
9. Viola de buriti
10. É de Minas pra riba
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